HQ: Quando a revolução se tornou inevitável

Lançamento da Editora Veneta retrata Portugal antes e após o histórico 25 de abril de 1974, quando a ditadura foi derrubada. A história acompanha José, que cresceu em um país assolado pela miséria, mas lutou para transformá-lo. Sorteamos um exemplar

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Hoje falaremos de flores… De flores e revolução. Um desses marcos históricos que alteram profundamente uma sociedade, a Revolução dos Cravos é responsável por diversos avanços na vida de milhares de portugueses – tanto em níveis subjetivos quanto materiais.

No dia 25 de abril de 1974 o poder popular vibrou nas ruas. Desde o fim da ditadura, das censuras e prisões políticas até a insurgência e tomada de consciência da população, muitas foram as conquistas. 

O florescimento do debate, agora a céu aberto, se refletiu em comissões mistas formadas por pessoas comuns, do dia a dia, que agora sentiam e podiam participar ativamente da política que estava sendo pensada para os novos tempos.

Desse desabrochar surgiram cooperativas, bancos foram nacionalizados, creches e centros culturais eram abertos onde antes existiam apenas casas abandonas, o ensino unificado, público e universal se tornava prioridade e até mesmo o nascimento de um sistema público e universal de saúde, o Sistema Nacional de Saúde (SNS). Aparelho que “chegou a colocar Portugal entre os 15 melhores sistemas de saúde do mundo – só foi possível com a criação de um sistema planificado, centralizado e unificado à escala nacional após a revolução […]”, como afirma a historiadora Raquel Varela.

Outra contribuição de Raquel Varela acaba de ser lançada pela Editora Veneta. A HQ Utopia, escrita pela pesquisadora e ilustrada por Robson Vilalba, conta a história da revolução a partir da singela perspectiva das lembranças de José, “apenas” um homem do povo.

Outras Palavras e Editora Veneta irão sortear um exemplar de Utopia, de Raquel Varela e Robson Vilalba, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 6/5, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!

O último ponto é um dos mais interessantes da novela gráfica, o fato de que ela não é contada pelo olhar de grandes personalidades e dirigentes da revolução. 

A todo tempo nos sentimos como observadores participantes, não propriamente como protagonistas de uma história individual, mas na verdade de uma história coletiva.

Observador participante porque José não assiste inerte aos acontecimentos, de seu jeito, tentando entender o que se passa e tomando sua própria consciência da situação, vai amadurecendo e se tornando um revolucionário.

José cresceu em uma família muito pobre e teve uma infância cercada pela miséria de um país sem assistência social que se afundava em uma injusta guerra contra as suas colônias – guerra essa em que o lado colonizador progressivamente perdia. Ao passo que observamos – e relembramos com José – o passar do tempo, também aprendemos imensamente qual era o contexto social da época – com toda a didática e propriedade que uma dedicada professora e pesquisadora de história pode nos presentear.

Os traços esfumaçados de Vilalba, por vezes leves, em outros precisos ou pesados, expressam com maestria a sensação de estarmos “sonhando” uma lembrança, mas também experimentando outras possibilidades de “estarmos juntos”.

Mesmo que a Revolução de Abril tenha sido efêmera e definhado nos conluios da contrarevolução após 1975, disfarçados pelo discurso de “normalização democrática” – e as contradições desse processo são abordadas na obra – ela foi responsável por inúmeras melhorias nas condições de vida da população e demonstrou como é possível acabar com a dinastia da tortura e do autoritarismo.

Extremamente sensível e didática, Utopia é como os cravos nos canos das armas dos soldados portugueses é um gesto forte e singelo de corações abertos e sedentos para e por uma nova história. Um gesto que ensina.

Publicamos o posfácio da obra e fizemos uma entrevista com a autora que pode ser conferida aqui.


Em parceria com a Editora Veneta, Outras Palavras sortear um exemplar de Utopia, de Raquel Varela e Robson Vilalba, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 6/5, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!

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