Metamorfoses - Conceito e Programação

Prospectar novos modos de vida - de pensar, de agir, de decidir, de relacionar-se e conviver. E pensar o mundo em tempos de pandemia, de peste e reclusão, em ambiente incerto e desfazimento do velho normal, que já não existe mais. O Instituto Casa Comum propôs ao SESC SP em parceria com Outras Palavras, a realização de um ciclo de reflexões, intercalando pensamento e artes durante a pandemia, por meio da internet, a partir de experiências concretas, que exemplifiquem metamorfoses que estejam acontecendo em meio à pandemia.

Nada mais atual do que iniciar este diálogo num dos momentos mais graves do mundo contemporâneo. Intelectuais, artistas, ativistas já trazem em suas reflexões novas formas de pensar, sentir e relacionar-se com a vida e seus desafios. A proposta com o ciclo “Metamorfoses: pensar o mundo em tempos de pandemia” busca realizar uma conexão a estes processos, não apenas imaginando outros mundos desejáveis, imagináveis ou utópicos, mas já analisando as metamorfoses em curso, tecendo possibilidades e interrogações a partir do mundo real, conforme vivenciado neste momento e que traz no bojo da destrutividade a sua própria resiliência.

A cada tema lançado para reflexão temos duas ou três experiências concretas e uma pensadora ou pensador, analisando as experiências do ponto de vista teórico e lançando questões para o público.

Mudança de época. Tempo obscuro e criativo. Tempos de crise e busca por novos caminhos. Tempos de metamorfose. O colapso de um paradigma centrado na espécie humana como única na comunidade da vida, trazendo consigo o desenvolver -se a qualquer custo, a desigualdade, o abandono dos valores mais preciosos da civilização e as poéticas da vida - parecem estar no seu estertor. Ao mesmo tempo uma onda criativa e solidária emerge dos porões da sociedade, dos seus vãos e desvãos para mostrar que a semeadura não morreu, os pequenos brotos persistem e alguns frutos já podem ser colhidos e repartidos em nossa casa comum. As sociedades afastaram-se da natureza, degradaram a verdade e a ética, mas ainda há vidas que multiplicam suas experiências em processos criativos e solidários, revisitando as comunidades e restaurando novos pensares e modos de vida. Quem sabe, talvez, a partir disso tudo, a humanidade esteja no limiar de um reencontro com a vida, ao passar por momento tão doloroso? A metamorfose em curso é, portanto, nossa mais preciosa metáfora.

Metamorfose é uma palavra para a imagem do casulo e seu processo de transformação, até que vire uma linda borboleta, com asas multicolores. Também pode ser em sentido inverso, remetendo a Kafka e a indefectível Barata. É nessa encruzilhada que nos encontramos! Se os mundos por vir expressarão um caminho ou outro, depende do que semearemos agora.
Conceitualmente, a proposta do ciclo virtual, e posterior seminário presencial, é pensada na relação agro/terra: semear, brotar, colher. De que maneira, em que solo, com qual organicidade?

A ideia está fundamentada no conceito de sintropia, que diz respeito ao grau de organização interna de um determinado sistema, seja ele um sistema agrícola, um organismo vivo, no caso, como uma empresa, organização ou sociedade. Uma metamorfose sintrópica para o porvir, levando as pessoas a um envolvimento para a regeneração de Gaia

Os temas e as palestras seguirão a mesma lógica da sintropia, em reflexões relacionadas, conectadas e que afetam o todo, os humanos e os não humanos (montanhas, bicho, rio, mar, florestas, ar). Um exercício para pensar o Comum, ou commons, bem estar, novos padrões alimentares, emissão de carbono, novas economias, novas relações comunitárias e padrões de mobilização social e democracia. Também uma interconexão entre política, saúde, educação, cultura, modos de vida.

Muitos desses temas já estão sendo discutidos e implementados há décadas, porém, ainda seguem abafados, invisibilizados. O mérito com este ciclo de reflexões proposto está, exatamente, em tirar esse “manto da invisibilidade” em relação a muitas práticas e ideias que, agora, mais que nunca, se tornam fundamentais para que a humanidade se reinvente em um mundo Pós-Covid.

O desafio que nos autocolocamos está em construir uma curadoria a partir de fenômenos que estão se revelando em processo, durante a pandemia, ainda não compreendidos e com os quais a sociedade tem muito a aprender.

Voltar ao planeta, regenerar, desantropocentrar. Compreender que direitos humanos e os direitos da natureza são indissociáveis. Nesse contexto destacamos povos originários/populações indígenas que estão ameaçadas pela expansão exploratória do Humano-Mercadoria, conforme expressão cunhada por David Kopenawa, a coisificação do Ser.

A diversidade cultural e a biodiversidade estão, por sua vez, também ameaçadas comprometendo o Bem Viver. Para sobreviver e expandir-se, a cultura da vida necessita agregar experiências, valores e ideais já em curso e que evidenciam resistência e novas formas de vida, unindo trabalho e ócio, cooperação e contemplação, dando sentido e dignificando a vida e a criação no cultivo das artes e da poesia.

Semear, brotar/florescer, nascer/colher, são simbolismos dos mais antigos da humanidade; o porvir da planta nasce de uma boa semeadura; algumas não sobrevivem, outras brotam em terreno árido, milagrosamente resistindo às intempéries; uma boa colheita depende da qualidade da semente, da fertilidade da terra, da boa relação entre o agricultor e a terra, e de toda a energia da vida. Esta tríade está presente em todos os processos de nascimento de novos mundos em metamorfose. A lagarta põe os ovos (semeadura), formam-se larvas e crisálidas (brotar), e a vida celebra a existência de uma nova espécie (colheita), que é diferente da semente, mas inteiramente resultante dela. O mundo, ou os mundos, que está por vir já está sendo metamorfoseado dentro de nós, no curso da pandemia. Ou ele levará em conta a centralidade da vida ou seremos tragados pela peste.
Metamorfoses, a prospecção sobre o que está por vir. Um encontro no calor dos acontecimentos da pandemia, em ambiente de distanciamento físico, que resulta em um convite para reflexões e meditações profundas e sensíveis.

Curadoria - Américo Córdula, Antônio Martins, Célio Turino, Hamilton Faria e Silvana Bragato

 

Inscrições para todas as sessões - Ciclo Metamorfoses

Data - 14/19/2020 a 17/10/2020

Dias e Horários - de quarta a sábado, das 14h às 20h

Curso 100% online

Local - em casa

 

Programação

Sessão 1 - 14/10 Abertura – 14h - Fim do mundo ou mudança de época?

Ementa: Em meio à pandemia 2020, que deverá ceifar mais de um milhão de vidas até o final de 2020, o mundo passa por profundas transformações nos campos econômico, sanitário, comportamental, cultural e psicossocial. São sensações múltiplas e contraditórias, expressas em período de confinamento e incertezas. A paralisação do planeta nos trouxe um alento refletidos no meio ambiente, uma trégua momentânea. Essa primeira mesa buscamos lançar bases para um pensamento mais filosófico, prospectando outros modos de “estar” no planeta, mudanças de comportamentos necessárias para adiar o fim do mundo, saberes ancestrais e seus valores precisam fazer parte desse por vir.

Paticipantes:

Ailton Krenak - Ailton Alves Lacerda Krenak, mais conhecido como Ailton Krenak, é um líder indígena, ambientalista e escritor brasileiro. É considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, possuindo reconhecimento internacional. Pertence a etnia indígena crenaque. Autor do best-seller – Ideias para adiar o fim do mundo – Cia das Letras 2019. Vencedor do Prêmio Juca Pato 2020 – intelectual do ano.

Luiz Marques é historiador de arte e professor universitário, considerado um dos maiores especialistas em história da arte italiana dos séculos XV e XVI neste país e em mudanças climáticas. Foi curador-chefe do Museu de Arte de São Paulo e diretor do Instituto de História da Arte desse mesmo museu. Professor de História Medieval e Moderna, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, do programa de pós-graduação em História da Arte da Universidade Estadual de Campinas.

PARA REFLETIR: TEXTOS, PROVOCAÇÕES E VÍDEOS

O amanhã não esta à venda por Ailton Krenak

Fim de mundo ou mudança de época por Luiz Marques

Apresentação PPT por Luiz Marques

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Sessão  2 - 14/10 – 17h - Casa, trabalho, alimentação e lazer: fronteiras diluídas

Ementa: A ressignificação da vida privada, em que o espaço da Casa, doméstico por excelência, assume um novo papel no contexto de pandemia, e cujas mudanças podem ter efeito perene. Muito mais que um escritório: as novas formas de trabalho em equipe, que devem acontecer a partir do teletrabalho, bem como sobre os controles burocráticos nessa nova forma de trabalho, também o hipertrabalho e o direito à desconexão. O fim das viagens desnecessárias: horas, trânsito, estresse e voos poderão continuar a ser poupados? Afora esse efeito, os novos hábitos alimentares, o cozinhar em casa, alimentação orgânica com a “comida de verdade”, ou não. Igualmente há o efeito nas relações intrafamiliares, as crianças em casa, a educação, o lazer infantil e familiar. A partir de agora a casa passa a ser um espaço em que as fronteiras entre trabalho, alimentação e lazer se diluem.

Participantes:

Christiane Gasparini - é socióloga, com mestrado e doutorado pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Criou e coordenou a área de segurança alimentar e nutricional do Instituto Polis, integrou diversas instâncias de participação e movimentos em favor da luta pelo direito humano à alimentação.
Autora do livro “Segurança Alimentar e Nutricional – Significados e Apropriações”, da Editora Annablume.

Karen Acioly é jornalista e escritora pós graduada em Metodologia do Ensino Superior, especializada em Literatura Infantil e Juvenil, Mestranda em Educação pela UFF e em Études Théâtrales, pela Sorbonne. Tem atuação destacada em teatro infanto-juvenil e musical. Ao todo, escreveu mais de 30 peças infanto-juvenis e dirigiu a maior parte delas. Todos os seus livros de teatro da coleção Caras e Máscaras (Editora Rocco) receberam o selo Altamente Recomendável Escola, pela Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil.

Mediação e Análise:

Mario Fernandes  -  Graduado em Educação Física, mestre em Planejamento e Gestão de Serviços em Hospitalidade, Gerente do SESC Campo Limpo.

PARA REFLETIR: TEXTOS, PROVOCAÇÕES E VÍDEOS

A casa que está em nós por Karen Acioly

Alimentação e autocuidado por Christiane Gasparini

Juntos na pandemia vídeo de Christiane Gasparini

Casa, trabalho, alimentação e lazer: fronteiras diluídas por Mario Fernandes

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Sessão 3 - 15/10/2020 - 14h - Além do trabalho: as novas formas de subsistência da vida

Ementa: A crise no trabalho e as novas formas de produzir e distribuir riquezas, alavancadas pelas evoluções tecnológicas do século XXI, foram aceleradas pelo contexto de pandemia, que disparou os índices de desocupação e escancarou uma crise que já se gestava. A automação e a inteligência artificial eliminarão velozmente postos de trabalho, ao mesmo tempo, o imaterial, o conhecimento, migram para o centro dos processos produtivos. Como assegurar neste novo cenário, em que a luta salarial perde potência, a redistribuição de riquezas. O surgimento de uma nova classe, o precarizado, não mais assalariada, como também não burguesa, em que o ato de empreender é incerto. Qual o papel da Renda Básica Universal nesse novo contexto?

Julia Lourenção é geógrafa (FFLCH-USP) e pesquisadora na área da Geografia da Saúde, também é doula, ecoarte educadora, e tem experiência como empreendedora. É mãe de duas, feminista e militante da agroecologia e permacultura urbana. Atualmente é uma das coordenadoras do coletivo da Feira Agroecológica e Cultural de Mulheres no Butantã.

 

Paulo Roberto da Silva Lima, 31 anos, conhecido como "Galo de Luta" no Twitter, motoboy, na pandemia tornou-se um dos principais mobilizadores do movimento de entregadores de aplicativos inconformados com o tratamento dado a essa classe de trabalhadores que não pararam no confinamento.

Mediação e Análise:

Ladislau Dowbor é economista, Doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, Polônia (1976). Atualmente é professor titular no departamento de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, nas áreas de economia e administração. Consultor para agências das Nações Unidas, governos e municípios, sistema “S” (Sebrae e outros).

PARA REFLETIR: TEXTOS, PROVOCAÇÕES E VÍDEOS

Economia Solidária e Feminista, uma perspectiva do esperançar para a crise do trabalho por Júlia Lourenção

A subutilização dos fatores de produção por Ladislau Dowbor

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Sessão 4 - 15/10 – 17h - O povo pelo povo, a solidariedade nas comunidades

Ementa: Novos processos de reorganização comunitária nos territórios, nas instituições nacionais e no planeta. O retorno da prática do Socorro Mútuo, em que os pobres articulam suas próprias redes de solidariedade em um contexto de insegurança e desamparo. E como os saberes ancestrais e comunitários são ressignificados, fornecendo chaves para um re-envolver da humanidade com o planeta, e da convivência com demais seres. Os valores do Bem Viver (“modo bom de viver na Casa”- Teko Porã dos Guarani) ou a palavra Ubuntu, de origem africana (do banto: ubu – força, untu – movimento), em que a humanidade de uma pessoa só adquire sentido quando relacionada à humanidade dos outros “eu sou porque nós somos”. E realizar essa reflexão a partir da observação objetiva dos movimentos de solidariedade popular acontecidos no contexto de pandemia.

Participantes:

Jerá Guarani é liderança da terra indígena Tenonde Porã, localizada em Parelheiros, formada em pedagogia pela USP 2008. Professora de guarani, desenvolve as ações culturais e trabalha com a preservação das sementes e agricultura tradicional de seu povo.

Fábio Ivo Aureliano, líder comunitário, foi conselheiro Tutelar por 8 anos na Brasilândia SP, supervisor dos Eco Pontos da região Noroeste de SP, por 1 ano, atualmente integra a Rede Brasilândia Solidária como membro do núcleo operativo e é um dos articuladores da primeira cooperativa de reciclagem da Freguesia do Ó e Brasilândia.

Mediação e Análise

Mariana Ruocco - Nutricionista, mestranda do Programa de Formação Interdisciplinar em Saúde da USP e assistente da Gerência de Alimentação e Segurança Alimentar do SESC São Paulo.

PARA REFLETIR: TEXTOS, PROVOCAÇÕES E VÍDEOS

Depoimento em vídeo por Jerá Guarani

Solidariedade: a fome não pode esperar por Mariana Ruocco

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Sessão 5 - 16/10 – 14h - Violência, resistência e outras formas de convivência

Ementa: A pandemia também se reflete na violência, com o aumento da brutalidade cotidiana. A violência social, as medidas de resistência, a violência doméstica, a agressão às mulheres. Paralelo ao recrudescimento da brutalidade, os novos modos de convivência e cultura de paz. São muitas as possibilidades de recortes, havendo que optar, especificamente nesta mesa, pretende-se promover um debate conceitual e uma mediação concreta, expressa pelo encontro entre o Ouvidor da Polícia Militar de São Paulo e uma ativista trans.

Participantes:

Renata Carvalho é atriz, diretora, dramaturga e transpóloga. Graduanda em Ciências Sociais. Fundadora do MONART (Movimento Nacional de Artistas Trans); do COLETIVO T e do Manifesto Representatividade Trans.

Danylo Amilcar é estudante de Geografia na USP, professor e coordenador da Redeá Emancipa de Cursinho Pré-Universitários e integrante do Coletivo Juntos! Irmão de Denys Henrique, uma das vítimas do Massacre de Paraisópolis e integrante da Comissão Especial de Apuração do Caso de Paraisópolis (CONDEPE).

Elizeu Soares Lopes é Ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, atuou como advogado. Possui especialização em direito constitucional e administrativo pela EPD (Escola Paulista de Direito) e em gestão pública pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Antes de assumir a Ouvidoria foi secretário-adjunto da Igualdade Racial, foi chefe de gabinete parlamentar na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e consultor do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) no Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura.

Mediação e Análise

Dennis de Oliveira é professor associado da USP no curso de jornalismo e nos Pós Graduação em Mudança Social e Participação Política e Integração da América Latina. Coordenador do Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação Coordenador do projeto "Observatórios dos Coletivos Culturais de Periferia". Ativista da Rede Antirracista Quilombação.

PARA REFLETIR: TEXTOS, PROVOCAÇÕES E VÍDEOS

Mediação para melhorar a atuação das polícias: proteger e garantir segurança a todos por Elizeu Soares Lopes

Corpo: sua autobiografia documentário com Renata Carvalho e direção de Cibele Appes

Depoimento por Danylo Amilcar

Metamorfoses da pandemia: As veias abertas das periferias por Dennis Oliveira

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Sessão 6 - 16/10 – 17h - Artes: criação, produção e consumo

Ementa: A pandemia acelerou processos de criação e fruição de experiências estéticas, no início, com a profusão de transmissões ao vivo pela internet, em produção caseira, depois passando para inteirações mais elaboradas, incluindo a possibilidade de remuneração artística. Também serão analisados os impactos na cadeia produtiva das artes, e não somente com artistas, mas técnicos e pessoal de apoio, bem como iniciativas adotadas buscando atenuar a perda de renda dos profissionais.

Participantes:

Janaína Leite é atriz, diretora, autora e produtorade teatro, doutoranda pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo apoiada pela FAPESP com o projeto "O Feminino Abjeto na o(b)cena Contemporânea: processos autorais matricidas em diálogo com Angélica Liddell".  Mestra pela Faculdade de Artes Cênicas da Escola de Comunicação e Artes da USP.

Benjamin Taubkin é pianista, arranjador, compositor, curador e produtor musical. Mora em São Paulo, mas viaja pelo mundo levando e buscando sons, misturando o tradicional com o contemporâneo- em lugares como Coréia, Marrocos, Israel e América Latina. Criou e participa de diversos grupos instrumentais como Orquestra Popular de Câmara , Sons de Sobrevivência, Projeto Clareira e em diálogos com músicos da India , África do Sul entre outros. E também com dança , poesia e cinema Dirige a gravadora e produtora Núcleo Contemporâneo, voltada para a música instrumental brasileira. Mais informações no www.nucleocontemporaneo.com.br. Criador do Projeto Viver de Música.

Mediação e Análise:

Kelly Adriano de Oliveira - Doutora em Ciências Sociais pela UNICAMP e Gerente Adjunta na Gerência de Ação Cultural do SESC SP.

PARA REFLETIR: TEXTOS, PROVOCAÇÕES E VÍDEOS

A arte dá sentido ao viver - vídeo depoimento com Janaína Leite

A urgência da arte por Benjamin Taubkin

Entre Tempos do que virá por Kelly Adriano

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Sessão 7 - 17/10 – 14h - Reorganização de pequenas empresas, processos de distribuição e economia de vizinhança

Ementa: Novos processos de organização produtiva estão surgindo durante a pandemia, a economia de vizinhança, compras coletivas, processos de venda baseados na confiança, alicerçados na economia de bairros, seja com a entrega de queijos, pães, cestas de hortifruti, orgânicos. Este processo será exemplificado pela iniciativa de cooperação entre cafeterias que trabalham com cafés especiais, em novos arranjos de compra e distribuição do produto, do campo à oferta do cafezinho. Também pela experiência de costureiras, em novos arranjos de produção, notadamente no enfrentamento à pandemia, gerando renda nas comunidades, bem como efetiva ação sanitária.

Participantes:

Roberto Carlos do Nascimento é Coordenador do setor de produção do Quilombo Campo Grande e Dirigente da cooperativa Camponesa no Assentamento Nova Conquista em Campo do Meio – MG - MST

Giuliana Bastos é jornalista e especialista em café e gastronomia, cocriadora da São Paulo Coffee Fest e criadora do Grão Coletivo, É autora do “Dicionário Gastronômico Café com suas Receitas” (Ed. Boccato – Gaia), premiado como melhor livro na categoria de drinques não alcoólicos do Brasil, pelo Gourmand Cookbook Awards. É também conselheira do projeto Fazedores de Café, um projeto que oferece formação profissional de barista para jovens em situação vulnerável.

Midiã Claudio - Graduada em Artes Visuais, Especialista em Artes, Ecologia e Sustentabilidade, Assistente da Gerência de Sustentabilidade e Cidadania do SESC São Paulo.

Marcos Arruda é economista e educador do Instituto Pacs, associado da Ecovila Fazenda Plenitude; membro do FMCJS, Forum Mudança Climática e Justiça Socioambiental; colabora com as redes globais Diálogos em Humanidade e Agora dxs Habitantes da Terra.

PARA REFLETIR: TEXTOS, PROVOCAÇÕES E VÍDEOS

Reorganização de pequenas empresas, processos de distribuição e economia de vizinhança por Marcos Arruda

A colaboração e o café por Giuliana Bastos

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Sessão 8 - 17/10 – 17h – Saúde Pública em tempos de pandemia: da revalorização do SUS ao Comum

Ementa: O enfrentamento à pandemia no Brasil poderia ser calamitoso, caso o país não fosse dotado de um sistema de atendimento universal à saúde, com o SUS. Foi essa política pública, herdeira da Constituição de 1988 que impediu o colapso no atendimento à saúde, diferente da realidade de países com economia muito mais forte. A própria percepção da população em relação aos serviços e profissionais de saúde pública, bem como a comunidade científica, também tem se alterado. O objetivo desta mesa é analisar a redescoberta do sentido do Comum a partir da saúde. Também sobre os efeitos da pandemia na saúde mental e ambiente psicossocial.

Participantes:

Gastão Wagner é médico sanitarista e professor titular da Universidade Estadual de Campinas. Militante da Reforma Sanitária, Gastão é um defensor intransigente do Sistema Único e Saúde (SUS) e uma referência notória no campo da Saúde Coletiva no Brasil. Em agosto de 2015, durante o XI Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva realizado em Goiânia (GO), foi eleita uma nova diretoria da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) tendo Gastão como Presidente.

Paulo Amarante é Doutor em Saúde Pública, Pesquisador Sênior da Fiocruz e Presidente de Honra da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme). Psiquiatra, se tornou um dos pioneiros do movimento brasileiro de reforma psiquiátrica. Foi Presidente Nacional do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES), do qual foi Editor da Revista Saúde em Debate. Foi representante eleito do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial na Comissão de Saúde Mental do Conselho Nacional de Saúde e foi condecorado com o título de Doutor Honoris causa da Universidade Popular de Madres de Plaza de Mayo e o Prêmio Sergio Arouca de Direitos Humanos e Saúde.

Mediação e Análise:

Alana Moraes é antropóloga, pesquisadora no Museu Nacional - UFRJ. Pensa as lutas sociais contemporâneas a partir da perspectiva do Comum, corpos e experimentações. Co-organizadora do livro “Junho: Potência das ruas e das redes” (2014) e do "Cartografia das emergências: novas lutas no Brasil" (2015). Durante a pandemia, ativa um projeto de extensão (UNIFESP) chamado Zona de Contágio, uma investigação coletiva sobre modos de conhecer/saber contra-coloniais, e as ciências de um mundo por vir.

PARA REFLETIR: TEXTOS, PROVOCAÇÕES E VÍDEOS

Enfrentar a epidemia do covid-19 com estratégias diversas e simultâneas por Gastão Wagner

Saúde Pública em tempos de pandemia: da revalorização do SUS ao Comum por Paulo Amarante

O fim do mundo como conhecemos: atravessamentos contra-coloniais para pensar tecnologias do Comum na produção de outras saúdes por Alana Moraes

 

 

 

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