Por Simone Paz Hernández | Imagem: obra de Antonio Manuel, da série Repressão outra vez – Eis o saldo (1968)

Ideal seria que em pleno 2017, leituras como esta já não fossem (tão) necessárias. Que a violência e repressão tivessem ficado num passado longínquo, que indignasse todos aqueles que lessem relatos sobre aqueles tempos. Porém, em meio a uma grave crise do sistema penitenciário, o debate torna-se essencial.

Este livro escrito desde dentro das prisões e a muitas mãos, é conhecido sob o pseudônimo de João. Manteve-se durante 40 anos na clandestinidade e procurou colocar-se como parte da resistência dos presos políticos e do povo brasileiro à ditadura instalada no País. O coletivo de escritores que levou adiante o longo ensaio A repressão militar-policial no Brasil foi composto por militantes da Ação Libertadora Nacional (ALN), ao qual se juntaram combatentes de origem no Movimento de Libertação Popular (Molipo) e na Vanguarda Popular Revolucionária (VPR): Aton Fon Filho, Carlos Lichtszejn, Celso Antunes Horta, Gilberto Luciano Beloque, Hamilton Pereira da Silva/Pedro Tierra, José Carlos Vidal, Manoel Cyrillo de Oliveira Netto, Paulo de Tarso Vannuchi, Reinaldo Morano Filho.

Sua tese ainda hoje contribui para a análise do estágio da luta de classes no Brasil, da criminalização dos movimentos sociais e para a compreensão da máquina de prisões que é o Estado brasileiro.

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